sexta-feira, 31 de julho de 2009

Com mais de dúzias de botão!


Num dia triste de chuva
Foi minha irmã quem me chamou pra ver
Era um caminhão
Carregado de botão de rosas
Eu fiquei maluca
Por flor tenho loucura, eu fiquei maluca
Saí
Quando voltei molhada
Com mais de dúzias de botão
Botei botão na sala, na mesa, na TV, no sofá
Na cama, no quarto, no chão, na penteadeira
Na cozinha, na geladeira, na varanda
E na janela era grande o barulho da chuva
Da chuva
Eu fiquei maluca


Quero sentir um cheiro de rosa, esse constante frio e solidão estão acabando com as minhas ganas de fazer qualquer coisa esse últimos dias. Me acosto e dentro dos cobertores permaneço. Me deito ao lado da estufa ligada, no chão, e me ponho a dormir, ali fico por uma ou duas horas.
E quando estou sozinha nessa casa, me sinto melhor, me sinto um pouco mais próxima de mim mesma. Quando há gente, me sinto mais sozinha, mais longe do que eu realmente amo, do que eu sinto saudades, do que eu quero viver de novo.
Nunca: é uma palavra traiçoeira, que sempre me pega desprevinida numa quarta-feira às três da tarde.
E quando eu paro pra pensar na minha vida, meus mortos e meus caminhos tortos, não sei se estou seis quilômetros antes ou depois da encruzilhada. Não sei o que trouxe de bom e de ruim, tampouco sei o que deixei pra trás.

As datas, fatos e aniversariantes passam
Sem deixar o menor vestígio
Injúrias e promessas e mentiras e ofensas caem fora pelo outro ouvido
Roubaram a carteira com meus documentos
Aborrecimentos que eu já nem ligo
Não é por que eu quis e eu não fiz
Não é por que não fui
E eu não vou